O comité de gestão da UE não alcançou maioria suficiente nem contra nem a favor da proposta de armazenamento privado de carne de porco apresentada pela Comissão Europeia. A ausência de opinião do comité, a proposta segue e será aprovada unilateralmente pela Comissão. Espera-se que nos próximos dias o regulamento correspondente seja publicado no Diário Oficial da UE, estando em vigo ao terceiro dia da sua publicação (durante a próxima semana?). O embargo russo é a razão de fundo esgrimida pela Comissão, enquanto o argumento técnico para abrir esta medida agora é o preço médio da UE que se situou abaixo do preço de referência durante mais de 18 semanas consecutivas. Contudo, a ausência de opinião do Comité já revela as divergências entre Estados Membros a este respeito: França e Dinamarca têm sido defensores desta medida, enquanto Alemanha e Espanha têm-se posicionado contra já no Conselho de Ministros de Janeiro.
Os contratos de armazenamento serão por um período de 3, 4 e 5 meses (como sempre), mas o maior destaque vai para a forte redução da quantidade de ajudas – uma redução de 39% relativamente à última operação deste género, em 2011 (ver resumo seguidamente). Não esquecer que a Comissão actualizou amplamente a subida do valor das ajudas que não variaram desde início desta década (mas que ainda estão em vigor, -15% a -20% dos valores de 2000). O que parece que não se fixou agora foram as majorações/descontos diários, (o que indica que a que a Comissão quer “assegurar” a fiabilidade das suas previsões de saída para o mercado desta carne, desincentivando a retirada antes ou depois do especificado no contrato inicial).
O resto das especificações não variou: o período mínimo de permanência em câmara do género que ocorre a operação e se destina depois a exportação é de 60 dias, a quantidade mínima por contrato será de 10 toneladas para os produtos desossados e 15 toneladas para o resto, e exigir-se-á uma fiança de 20% do valor da ajuda concedida aos produtos contratados.
*A operação anterior de armazenamento privado desenvolveu-se de 1 a 22 de Fevereiro de 2007, devido à crise das dioxinas no norte da UE. Nessas 3 semanas fizeram-se contratos por um total de 144000 ton no conjunto da UE. Metade dos contratos foi a 3 meses e outra terceira parte a 5 meses. A Alemanha (país que desencadeou esta operação) ocupou então o primeiro lugar com quase 41000 ton contratadas (o triplo que em 2007), seguida pela Espanha (+38%), Dinamarca (-11%) e Holanda (o dobro que em 2007). Estes quatro países concentraram 2/3 (cerca de 70%) do total recebido da medida em 2011 na UE.
Fonte: Mercolleida
BALANÇO DO ARMAZENAMENTO PRIVADO EM 2011
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Por duração
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70.129 tn
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53% do total
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A 3 meses
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A 4 meses
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16.393 tn
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12% do total
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A 5 meses
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45.231 tn
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34% do total
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Por produtos
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6.590 tn
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5% do total
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Carcaças
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Peças
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23.715 tn
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18% do total
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Presunto
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73.781 tn
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56% do total
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Bacon
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7.905 tn
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6% do total
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Bacon sem cortes
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11.585 tn
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9% do total
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Centros de peças
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6.590 tn
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5% do total
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